sexta-feira, 21 de junho de 2013

O Poder do Fogo e as Salamandras na Umbanda



O Poder do Fogo e as Salamandras na Umbanda

Elaborado por Márcia Terroso Ávila em 18 de Junho de 2013.


Salamandras são criaturas mitológicas ligadas ao Fogo. O mito surgiu como derivação da crença de que as salamandras são imunes ao fogo.

No Liber de Nymphis, sylphis, pygmaeis et salamandris et de caeteris spiritibus, escrito pelo alquimista suíço-alemão Paracelso no século XVI, elas aparecem entre os espíritos elementais, ao lado das ondinas (da água), dos silfos (do ar) e dos gnomos (da terra).

É um símbolo da justiça e da paz interior. Na Psicologia analítica de Jung, é associada à transformação e à superação de obstáculos no caminho da individuação.

As Salamandras, ou Espíritos do fogo, vivem no éter atenuado e espiritual que é o invisível elemento do fogo. Sem elas, o fogo material não pode existir.

Elas reinam no fogo com o poder de transformar e desencadear tanto emoções positivas quanto negativas. As Salamandras, segundo os especialistas, parecem bolas de fogo e que podem atingir até seis metros de altura. Suas expressões, quando percebidas, são rígidas e severas. Dentro de todas as formas energéticas (o fogo, a água e o mineral), estes seres adquirem formas capazes de desenvolver pensamentos e emoções. Esta capacidade derivou do contato direto com o homem e da presença deles em seu cotidiano. Por tal motivo, as Salamandras desenvolveram forças positivas, capazes de bloquear vibrações negativas ou não produtivas, permitindo um clima de bem estar ao homem.

O homem é incapaz de se comunicar adequadamente com as Salamandras, pois elas reduzem a cinzas tudo aquilo de que se aproximem. Muitos místicos antigos, preparavam incensos especiais de ervas e perfumes, para que quando queimados, pudessem provocar um vapor especial e assim formar em seus rolos a figura de uma Salamandra, podendo assim sentirem sua presença.

Paracelso afirmava que muitas Salamandras são vistas na forma de bolas ou línguas de fogo correndo através dos campos ou irrompendo nas casas. Para muitos aqui no Brasil, costuma- se chamar estas aparições de "fogo - santelmo". Mas, a maioria dos místicos, afirma que as Salamandras são Seres gigantes, imponentes e flamejantes em roupas fluidas, com uma armadura de fogo. Elas são as mais poderosas dos elementais e têm como seu regente um magnífico espírito flamejante chamado Djim,terrível e aterrorizante na sua aparência.

Os antigos sábios sempre foram advertidos para manter- se à distância delas, pois os benefícios derivados do seu estudo frequentemente não eram proporcionais ao preço que se pagava por eles. Elas possuem especial influência sobre as criaturas de temperamento ígneo e tempestuoso. Tanto nos animais como no homem, as Salamandras trabalham através da natureza emocional por meio do calor corpóreo,do fígado e da corrente sanguínea. Sem sua assistência, não haveria calor.

Elementais do Fogo

O elemento do Fogo é o mais importante, pois ele é uma expressão do Fogo Sagrado, de onde procedem a Chama Violeta e suas congêneres. Uma de suas atividades construtivas, no plano físico, é purificar através da incineração de detritos e de corpos humanos, a qual permite o retorno dos respectivos elementos ao Sol, para uma repolarização. A atividade destrutiva do fogo é demonstrada na queima de construções e florestas e também em relâmpagos, na tempestade e no uso de armas de fogo, bombas etc..



No Sol, nas estrelas, nas fogueiras ou nas brasas, no nosso coração sentimos a luz da vida. O fogo é o elemento das transmutações, das transformações. Sua força luminosa indica o caminho que deve ser seguido por aquele que conhece os ensinamentos do Universo. O fogo é a chama que, acesa dentro de nós, faz brilhar nossa aura e nossos olhos, revelando a força de nosso espírito. Ele conduza cada um à sabedoria interior.

Os Xamãs pedem ajuda ao Avô Fogo, como é chamado pelos índios, quando é hora de trabalhar as mudanças. O fogo auxilia no processo de limpeza também, o velho cedendo lugar ao novo. A Sauna Sagrada é um dos lugares usados, pelos Xamãs, nos processos de cura pelo fogo.



INVOCAÇÃO ÀS SALAMANDRAS

Eu vos saúdo, Salamandras,

Que constituís a representação do elemento fogo.

Peço, que com vosso trabalho,

Forneçais a mim poder de resolver tudo,

De acordo com vossa vontade,

Alimentando meu fogo interno,

Aumentando minha chama trina do coração

E assim formar um novo universo.

Mestres do fogo, Eu vos saúdo fraternalmente.

Amém.


Invocar nas primeiras luzes do sol. Caso isto não seja possível, é necessário que o elemento fogo esteja presente. O mais indicado é o uso da vela. Esta invocação é feita para se ter mais força de vontade, coragem, vigor, entusiasmo e bons empreendimentos. Atua no trabalho e na espiritualidade.



ORAÇÃO DAS SALAMANDRAS.

No Templo de Delfos, uma salamandra se punha em comunicação com os Iniciados. Porfírio, discípulo de Plotino, que conhecia bastante o Oculto, revelou aos homens a seguinte prece das Salamandras, que não é propriamente a elas dirigida, mas ao próprio Fogo Criador, mesmo porque os elementais ou Espíritos da Natureza não conhecem outra linguagem senão a que lhes é própria:

"Ó Imortal, Eterno, Inefável e incriado Pai de todas as coisas, conduzido no carro que desliza sem cessar pelos mundos que dão sempiternas voltas; dominador das imensidades etéreas, onde está ereto o trono do teu poder, sobre o qual teus olhos formidáveis descobrem tudo e teus  belos e santos ouvidos escutam tudo, atende aos teus filhos, que amaste desde o nascimento dos séculos; porque a  tua dourada, grande e eterna majestade resplandece acima do mundo e do céu das estrelas; estás elevado acima delas, ó fogo faiscante; aí, tu te acendes e te conservas a ti mesmo pelo teu próprio esplendor, e saem da tua essência regatos inesgotáveis de luz, que nutrem teu espírito infinito. Este espírito infinito alimenta todas as coisas e faz tesouro inesgotável de substância pronta à geração que elabora e que se apropria das formas de que a impregnaste desde o princípio. Deste espírito tiram também sua origem estes reis mui santos que estão ao redor do teu trono e que compõem a tua corte, ó Pai universal! ó único! ó Pai dos felizes mortais e imortais."



"Criaste, em particular, potências que são maravilhosamente semelhantes ao teu eterno pensamento e à tua essência adorável; tu as estabeleceste superiores aos anjos, que anunciam ao mundo as tuas vontades; enfim, nos criaste na terceira ordem no nosso império elementar. Aqui, o nosso contínuo exercício é louvar e adorar os teu desejos; aqui, ardemos incessantemente aspirando possuir-te. Ó pai! ó mãe! ó mais terna das mães! ó arquétipo admirável da maternidade e do puro amor! ó filho, flor dos filhos! ó forma de todas as formas, alma, espírito, harmonia e número de todas as coisas!  Amém."

As salamandras se encontram por toda parte. Nenhum fogo é aceso sem o seu auxílio. Sua atividade é intensa no subsolo e no interior do organismo e da mente. São responsáveis pela iluminação, pelo calor, pelas explosões e pelo funcionamento dos vulcões. Não se devem confundi-las com os homônimos anfíbios, tipo lagartos do plano físico. Foram os movimentos serpenteantes desses elementais no interior das labaredas de fogo, semelhantes aos movimentos sinuosos das caudas dos lagartos e lagartixas, que lhes valeram esse curioso nome. Porém, essa é a única relação entre eles e o animal.

As salamandras despertam poderosas correntes emocionais no homem. Alimentam os fogos do idealismo espiritual e da percepção. Sua energia auxiliar a demolição do que é velho e a edificação do novo. Isto porque o fogo tanto pode ser destrutivo quanto criativo em suas formas de expressão. Os elementais do fogo trabalham com o homem e com o mundo por intermédio do calor, do fogo e das chamas, quer se trate da chama de uma vela, das chamas etéreas ou da própria luz solar. São incrivelmente eficientes nos trabalhos de cura, pois ajudam a desintoxicar o organismo, sobretudo nas situações críticas. Mas devem ser empregadas com muita cautela, pois suas energias radiantes são dificílimas de controlar. De modo geral, encontram-se sempre presentes quando a cura está para se manifestar.

Os elementais do fogo colaboram imensamente para a preservação de nosso corpo espiritual. A energia irradiada pelas salamandras ao nosso corpo espiritual perpassa todos os planos até atingir o corpo físico. Elas intensificam a espiritualidade elevada, a fé e o entusiasmo. Colorem nossa percepção e ampliam o discernimento espiritual para que ele sobrepuje o psiquismo inferior.

Uma salamandra foi designada para acompanhar cada um de nós ao longo dessa existência. Ela contribui para o bom funcionamento do corpo físico, a manutenção da temperatura corporal adequada, estimula o metabolismo orgânico para a continuidade da boa saúde e auxiliar a circulação. O metabolismo lento é indício de uma atividade relaxada das salamandras. Já o metabolismo acelerado pressupõe uma atividade exacerbada dos seres e espíritos do fogo.

Uma boa conexão e relacionamento com nossa salamandra pessoal estimulam a vitalidade e a franqueza. Elas nos ajudam a desenvolver vontade própria e firmeza, além de impulsionar fortes correntes espirituais positivas e bem determinadas. Fomentam o sentido de autoestima, mantêm as aspirações em alta e nos impulsionam a uma atuação marcante no cenário da vida.

A fraca ligação com nosso elemental pessoal e demais espíritos do fogo configura-se como falta de ânimo, esmorecimento em relação à vida, falta de fé e crescente senso de pessimismo. Por outro lado, a proximidade demasiado intensa com estes elementais e outros do reino pode acarretar falta de autocontrole e de sensibilidade. Haverá tendência à inquietude e a um excesso de atividade que pode levar a um desgaste do ser. A falta de paciência também é reflexo da influência excessiva desse elemento.

De todos os elementais, as salamandras são os mais difíceis de compreender e aqueles com os quais a harmonização é mais complexa. A melhor forma de controlá-los é agir serenamente. Podemos controlar nosso fogo interior por meio da calma e de uma postura tranquila e satisfeita em relação à vida. Em outros termos, significa aceitar a existência como ela é, aqui e agora.

Além de serem agentes primordiais da natureza, as salamandras adoram a música e sentem-se fortemente atraídas por ela, sobretudo quando está sendo composta. Suas energias são vibrantes. Controlá-las e direcioná-las de modo a produzir resultados positivos requer tamanha habilidade. Recomenda-se a todo compositor, poeta ou qualquer um que exerça atividade criativa, que procure cultivar uma melhor sintonia com as salamandras.

Nossas salamandras pessoais nos auxiliam a compreender os mistérios do fogo. Ajudam a despertar os níveis mais elevados de nossa espiritualidade e a elevar o patamar de nossas aspirações. De forma geral, estimulam e fortalecem o campo áurico a tal ponto que facilitam o reconhecimento das forças espirituais atuantes em nossas vidas e o contato com elas.

Fonte Bibliográfica:
www.babaoju.blogspot
www.caminhosdeluz.org/A-123D.htm‎
http://www.facom.ufba.br/xaman/ar.html
LEXICON, Herder. Dicionário de Símbolos. Cultrix, 2004, pág. 177
SÁNCHEZ, Manuel Martin. Seres Míticos y Personajes Fantásticos Españoles. EDAF, 2002, pág. 197. Em espanhol
SÁNCHEZ LLAMBÍ, Martha. La Salamandra. Palibrio, 2012, pág. 9 (em espanhol)
CAVALLI, Thom F. Psicologia Alquímica. Cultrix, pág. 111

sábado, 15 de junho de 2013

Festa Religiosa de São João, São Pedro e Santo Antônio no dia da Gira de Descarrego 29/06/13 - 20:00


O IEG vai comemorar no dia 29, último sábado do mês,  a Gira de Descarrego com a Festa dos Santos Juninos, além da tradicional subida da bandeira e fogueira para realizar seus pedidos de bênção e proteção.

Salve a energia e proteção das Salamandras !

Este evento é aberto ao público ( somente maiores de idade, não é permitido menores ) e quem desejam estamos recebendo doações de pratos de doces, bolo, quentão, salgados e enfeites em geral. Os interessados poderão procurar os membros do IEG nas reuniões de segunda - feira as 20:00 para maiores informações.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

13 de junho - Dia de Santo Antônio - Salve OGUM !

13 de junho  - Dia de Santo Antônio -  Salve OGUM  !

Ogum

É o Orixá da Lei e seu campo de atuação e a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono Regente das milícias celestes, guardiões dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

Ogum e sinônimo de lei e ordem e seu campo de atuação e a ordenação dos processos e dos procedimentos. O Trono da Lei e eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois polos magnéticos ocupados por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O polo magnetic0 positivo e ocupado por Ogum e o polo negativo e ocupado por Iansã. Esta linha eólica pura da sustentação a milhares de seres elementais do ar, ate que eles estejam aptos a entrar em contato com um segundo elemento. Uns t6m como segundo elemento o fogo, outros tem na agua seu segundo elemento, etc.

Portanto, na linha pura do "ar elemental" só temos Ogum e Iansã como regentes.

Mas se estes dois Orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza e ordenadora), então eles se projetam e dão inicio as suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam através da Umbanda. 0s Orixás regentes destas hierarquias de Ogum e Iansã são Orixás intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de forças a Lei.

Saibam que Oxalá tem sete Orixás intermediários positivos e tem outros sete negativos, que são seus opostos, e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete Orixás intermediarias positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas; Oxóssi tem sete Orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos, e tem sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra e fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete Orixás intermediários positivos e tem sete negativos, que são seus opostos.

E o mesmo acontece com Abaluae e Yemanja. Agora, Ogum e lansã são os regentes do mistério "Guardião" e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos em níveis vibratórios e polos magnéticos opostos, como acontece com outros. Senhores !

Ogum e lansâ formam hierarquias verticais retas ou sequenciais, sem quebra de "estilo" , pois todos os Oguns, sejam os regentes dos polos positivos, dos neutros ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos por um Único sentido: aplicadores da Lei!

Todo Ogum e aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois m8o se permitem uma conduta alternativa. Onde estiver um Ogum, lá estarão os
olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso as condutas liberais dos frequentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.

Dizemos que Ogum e, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

Nota:  Em alguns estados Santo Antônio é considerado Ogum, além de São Jorge também !  No nosso templo existe um altar para Santo Antônio e outro para São Jorge !